Cartografia dos Desejos | 2023
Cartografia dos desejos, título inspirado em Suely Rolnik e Félix Guattari, propõe um espaço e tempo de reflexão e exercício do simbólico com os diferentes grupos de Paredes de Coura, Santarém e Portimão, localidades por onde o projeto passou. Convoca os protestos dos inconscientes e conscientes, como processo de construção coletiva de outro devir - esse movimento orgânico e permanente de passagem da potência ao ato. Os desejos individuais e coletivos como ativação e inspiração para a ação cívica e política.
Projeto da PELE Associação Cultural e Social, integrou o programa Atos da Odisseia Nacional, iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.
direção artística: Maria João Mota, Francisco Babo e Júlia Medina
cenografia: Fernando Almeida
texto: Júlia Medina, a partir da criação coletiva
direção de produção: Carina Moutinho
Projeto da PELE Associação Cultural e Social, integrou o programa Atos da Odisseia Nacional, iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.
direção artística: Maria João Mota, Francisco Babo e Júlia Medina
cenografia: Fernando Almeida
texto: Júlia Medina, a partir da criação coletiva
direção de produção: Carina Moutinho
Salomé Sonhada | 2022
“Salomé Sonhada” parte da força narrativa da Salomé de Wilde e da maravilha poética da peça homónima que Pessoa nunca acabou de escrever. Criada a partir de uma personagem bíblica, de nome desconhecido, o génio de Wilde foi o de criar um novo mito dando-lhe um nome e o protagonismo da história. No Novo Testamento, essa mulher pede a cabeça
de João Baptista a Herodes, sob a influência manipuladora da sua mãe - Herodias. À semelhança da Gertrudes de Shakespeare, Herodias casa-se em segundas núpcias com Herodes, irmão do seu falecido marido, o que faz com que João a critique como imoral. Enfurecida pelo desrespeito, Herodias exige a sua morte, mas apenas quando a sua filha dança para Herodes é que ele concede esse desejo. A passagem bíblica em que Jesus fala deste episódio é brevíssima. E, no entanto, fértil o suficiente para levar estes poetas a sonhá-la para além do que se conhece. Nesta ramificação de sonhos, de histórias e de mitos, a BRUTA re-sonha a Salomé de cada um dos poetas e cria um manifesto ideológico onde são o poder, o desejo e as ânsias de um outro personagem, Herodes, que tomam o lugar central. “Salomé Sonhada” é um misto de euforia, de delírios e alucinações, de quatro personagens em busca de amor e poder, ou de algo que os transcenda.
coprodução: Cia João Garcia Miguel e BRUTA Companhia de Teatro
encenação | João André
texto | António Pedro Lima
dramaturgia | António Pedro Lima e Carolina Picoito Pinto
interpretação | António Pedro Lima, Carolina Picoito Pinto, Gustavo Antunes e Julia Medina
figurinos e adereços | Catarina Fernandes
desenho de luz | João André
de João Baptista a Herodes, sob a influência manipuladora da sua mãe - Herodias. À semelhança da Gertrudes de Shakespeare, Herodias casa-se em segundas núpcias com Herodes, irmão do seu falecido marido, o que faz com que João a critique como imoral. Enfurecida pelo desrespeito, Herodias exige a sua morte, mas apenas quando a sua filha dança para Herodes é que ele concede esse desejo. A passagem bíblica em que Jesus fala deste episódio é brevíssima. E, no entanto, fértil o suficiente para levar estes poetas a sonhá-la para além do que se conhece. Nesta ramificação de sonhos, de histórias e de mitos, a BRUTA re-sonha a Salomé de cada um dos poetas e cria um manifesto ideológico onde são o poder, o desejo e as ânsias de um outro personagem, Herodes, que tomam o lugar central. “Salomé Sonhada” é um misto de euforia, de delírios e alucinações, de quatro personagens em busca de amor e poder, ou de algo que os transcenda.
coprodução: Cia João Garcia Miguel e BRUTA Companhia de Teatro
encenação | João André
texto | António Pedro Lima
dramaturgia | António Pedro Lima e Carolina Picoito Pinto
interpretação | António Pedro Lima, Carolina Picoito Pinto, Gustavo Antunes e Julia Medina
figurinos e adereços | Catarina Fernandes
desenho de luz | João André
Não recomendado à Sociedade - Ato I | 2022
Performance criada em contexto de formação a partir de Sodoma Divinizada e de obras escritas por mulheres que foram censuradas pelo Estado Novo, num elogio ao discurso poético e revolucionário português. Tal como diz António Ramos Rosa " a poesia tem de romper com os discursos que a sociedade produz, tem de pôr de parte as suas máscaras, os seus estereótipos, as suas normas e conceitos...", a poesia como " respiração do desejo", a poesia como uma forma essencial de revelação do ser, dos corpos não normativos, para além dos discursos patriarcais, uma poesia escrita por pessoas que transformaram o desejo numa forma privilegiada de encontro com o outro, o corpo poético português como lugar de liberdade livre.
encenação, dramaturgia, figurinos, espaço cénico, sonoro e coreográfico: Tiago Vieira
elenco: Luís Neve, Carla Madeira, Mia Menezes, Beatriz Lopes , Gisele Jardim, Andréia Alves, Teresa Flórido, Sónia Castro,Julian Bonin, Sónia Vieira, Cláudia ideias, Rui dias Monteiro , Laura Garcia, Valéria Spineli , Sofia Miguel Castro, Camila Ferreira, Raquel Gomes, Júlia Medina, Mariana Freire.
encenação, dramaturgia, figurinos, espaço cénico, sonoro e coreográfico: Tiago Vieira
elenco: Luís Neve, Carla Madeira, Mia Menezes, Beatriz Lopes , Gisele Jardim, Andréia Alves, Teresa Flórido, Sónia Castro,Julian Bonin, Sónia Vieira, Cláudia ideias, Rui dias Monteiro , Laura Garcia, Valéria Spineli , Sofia Miguel Castro, Camila Ferreira, Raquel Gomes, Júlia Medina, Mariana Freire.
Meu Nome Teu | 2022
Meu nome teu é uma criação para o espaço público realizada no âmbito do programa de residências artísticas do URGE Glookall Fest 2022, produzido pela Varazim Teatro, na cidade de Póvoa de Varzim. Esta performance-instalação nasce da escuta de histórias de mulheres destes e de outros tempos, provocada pela leitura do texto Quem tem medo das mulheres sem medo?, de Carlota Castro. Deste gesto, tecemos uma rede de nomes, vozes e experiências que se entrelaçam e convidam-nos a ver o nosso próprio reflexo.
querida m,
tem algo de romântico e ao mesmo tempo de ingénuo em mandar cartas ao mar. é curioso, não achas, que ondas e tempestades consigam afundar grandes navios, enquanto que uma simples garrafa com ar dentro consiga sobreviver? penso que aquele que lança uma mensagem assim na imensidão, sem nenhuma garantia de retorno, nutre sempre uma esperança de que, talvez, um dia, sua mensagem encontre outro alguém.
querida m,
inventei uma história, uma ficção. nela, encontrei mensagens perdidas no mar. e eram mensagens de mulheres para mulheres, sobre mulheres, entre mulheres. nessas cartas, nunca consigo ler os nomes das mulheres que as assinam. estão sempre apagados, corroídos, interrompidos. criei uma ficção para falar dos fatos. escuta, é preciso re-imaginar os fatos, a imaginação é uma ferramenta de luta. escuta, há tanto por escutar. escuta, há uma história, e mais outra e outra, escuta.
criação e performance | Cátia Gomes, Isabel Quinta Lobo e Julia Medina
apoio à criação | Leonardo Shamah
produção | Varazim Teatro
querida m,
tem algo de romântico e ao mesmo tempo de ingénuo em mandar cartas ao mar. é curioso, não achas, que ondas e tempestades consigam afundar grandes navios, enquanto que uma simples garrafa com ar dentro consiga sobreviver? penso que aquele que lança uma mensagem assim na imensidão, sem nenhuma garantia de retorno, nutre sempre uma esperança de que, talvez, um dia, sua mensagem encontre outro alguém.
querida m,
inventei uma história, uma ficção. nela, encontrei mensagens perdidas no mar. e eram mensagens de mulheres para mulheres, sobre mulheres, entre mulheres. nessas cartas, nunca consigo ler os nomes das mulheres que as assinam. estão sempre apagados, corroídos, interrompidos. criei uma ficção para falar dos fatos. escuta, é preciso re-imaginar os fatos, a imaginação é uma ferramenta de luta. escuta, há tanto por escutar. escuta, há uma história, e mais outra e outra, escuta.
criação e performance | Cátia Gomes, Isabel Quinta Lobo e Julia Medina
apoio à criação | Leonardo Shamah
produção | Varazim Teatro
Performance-mistério viúvas | 2022
Dentro da programação do URGE Glookall Fest 2022 em Póvoa de Varzim, colaborei com a criação da performance viúvas, dentro da série performance-mistério, de Ana Mula e Herlandson Duarte.
criação: Ana Mula e Herlandson Duarte
performance: Ana Mula, Herlandson Duarte e Julia Medina apoio à criação: Leonardo Shamah apoio à criação | viúvas: Julia Medina figurinos | Ana Mula, Herlandson Duarte e Harry Tootill produção: Varazim Teatro |
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passapalavra | 2021
passapalavra é um dispositivo-performático de leitura, amplificação e sobreposição de vozes.
passapalavra fez parte da criação para espaço público As canções que cantamos contra os muros que limpamos, de Catarina Vieira, Aixa Figini e Josefa Pereira, resultado de oficina de voz e movimento realizada na comunidade de Serpa, no Musibéria, em torno da figura de um coro de mulheres.
passapalavra foi peformada em companhia de texto de minha autoria (trecho abaixo)
é noite. uma mulher grita. uma mulher desperta. outra chora, e é bom. outra canta. uma ri. uma acaba de se tornar avó. outra é mãe e filha. e mais outra é só filha e tem medo. enquanto outra se olha no espelho logo antes de sua aldeia ser bombardeada. ela está só. outra mulher não está só, mas se sente sozinha mesmo assim. uma mulher está louca, dizem. uma mulher está cansada. e apesar de cansada, sonha. uma mulher, junto de outras mulheres, arquiteta formas de levitar. uma mulher tem pensamentos estranhos e ainda não sabe bem o que fazer com eles. uma mulher escreve poemas, mas se lhe perguntam o que faz, diz que faz a lista de compras. uma mulher reza, baixinho. uma mulher consegue, finalmente, esquecer. outra se recorda de uma paisagem de infância. uma mulher tem um segredo. uma mulher deseja se teletransportar. outra tem terra nos pés e planeja erguer uma floresta inteira. outra está na beira de um precipício e, ainda que pareça que sim, não vai pular. uma mulher trança os cabelos da filha e poderia fazê-lo infinitamente. outra sai de casa, só com a roupa do corpo, e não pretende voltar. uma mulher se olha com carinho, pela primeira vez na vida. uma mulher tem os olhos da mãe. uma mulher tem uma sede monstruosa. e mais outra tem um incêndio nas mãos. uma mulher olha para as mãos e vê garras a crescer. uma mulher está em silêncio. uma mulher sonha com outra mulher. uma mulher respira fundo. outra perde o ar. outra observa a lua, diariamente. uma mulher canta para suportar o medo. uma mulher escreve a história de outra mulher.
passapalavra fez parte da criação para espaço público As canções que cantamos contra os muros que limpamos, de Catarina Vieira, Aixa Figini e Josefa Pereira, resultado de oficina de voz e movimento realizada na comunidade de Serpa, no Musibéria, em torno da figura de um coro de mulheres.
passapalavra foi peformada em companhia de texto de minha autoria (trecho abaixo)
é noite. uma mulher grita. uma mulher desperta. outra chora, e é bom. outra canta. uma ri. uma acaba de se tornar avó. outra é mãe e filha. e mais outra é só filha e tem medo. enquanto outra se olha no espelho logo antes de sua aldeia ser bombardeada. ela está só. outra mulher não está só, mas se sente sozinha mesmo assim. uma mulher está louca, dizem. uma mulher está cansada. e apesar de cansada, sonha. uma mulher, junto de outras mulheres, arquiteta formas de levitar. uma mulher tem pensamentos estranhos e ainda não sabe bem o que fazer com eles. uma mulher escreve poemas, mas se lhe perguntam o que faz, diz que faz a lista de compras. uma mulher reza, baixinho. uma mulher consegue, finalmente, esquecer. outra se recorda de uma paisagem de infância. uma mulher tem um segredo. uma mulher deseja se teletransportar. outra tem terra nos pés e planeja erguer uma floresta inteira. outra está na beira de um precipício e, ainda que pareça que sim, não vai pular. uma mulher trança os cabelos da filha e poderia fazê-lo infinitamente. outra sai de casa, só com a roupa do corpo, e não pretende voltar. uma mulher se olha com carinho, pela primeira vez na vida. uma mulher tem os olhos da mãe. uma mulher tem uma sede monstruosa. e mais outra tem um incêndio nas mãos. uma mulher olha para as mãos e vê garras a crescer. uma mulher está em silêncio. uma mulher sonha com outra mulher. uma mulher respira fundo. outra perde o ar. outra observa a lua, diariamente. uma mulher canta para suportar o medo. uma mulher escreve a história de outra mulher.
Ergue-te ó Sol | 2021
Espetáculo itinerante Inspirado no texto Andar a Pé de Thoreau, Ergue-te ó sol é o mais recente projeto dos Filhos de Nenhures, iniciativa bianual da Companhia João Garcia Miguel e do Teatro Ibérico com o objetivo de dar voz e corpo a atores emergentes.
texto: Henri David Thoreau
encenação: João Garcia Miguel, a partir de
interpretação: André Marques, Rodrigo Trindade, Gustavo Antunes, Júlia Medina e Lena Edvardsen
texto: Henri David Thoreau
encenação: João Garcia Miguel, a partir de
interpretação: André Marques, Rodrigo Trindade, Gustavo Antunes, Júlia Medina e Lena Edvardsen
Vozes do Mar | 2021
Vozes do Mar tem suas fronteiras borradas entre o teatro, a música e a performance. Através de cantos e poemas, convidamos o público a uma viagem poética inspirada pelo imaginário marítimo. Vozes que cantam e dizem o mar e sua imensidão, enredando diferentes histórias, sentimentos e temas: o desejo de liberdade, o medo do desconhecido, o amor, a saudade, a finitude, a vida. Projeto selecionado para o festival PARApeito, pela associação Lugar Específico.
criação e interpretação: Gustavo Antunes, Julia Medina e Miriam Freitas. - L.A.P. - Laboratório de Artes Performativas
produção: L.A.P - Laboratório de Artes Performativas
coprodução: Associação Lugar Específico
fotografia: Nuno Figueira
apoios: Polo Cultural Gaivotas | Câmara Municipal Lisboa | Gerador
criação e interpretação: Gustavo Antunes, Julia Medina e Miriam Freitas. - L.A.P. - Laboratório de Artes Performativas
produção: L.A.P - Laboratório de Artes Performativas
coprodução: Associação Lugar Específico
fotografia: Nuno Figueira
apoios: Polo Cultural Gaivotas | Câmara Municipal Lisboa | Gerador
A Morte Necessária em Pleno Dia | 2016
Performance teatral inspirada na obra Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, de Clarice Lispector. Diferente de um espetáculo teatral, esta performance não busca a representação de uma personagem, mas uma presença que traduza a intensidade da escrita de Clarice. A procura do performer é vivenciar uma experiência na qual as palavras da autora se conectam com a vida de seu próprio imaginário, aqui e agora.
criação e performance: I.rictus Cia
direção: Alain Alberganti
performers: Gustavo Antunes, Julia Medina, Maria Bogado e Rubens Bomfim
produção: I.rictus Cia
criação e performance: I.rictus Cia
direção: Alain Alberganti
performers: Gustavo Antunes, Julia Medina, Maria Bogado e Rubens Bomfim
produção: I.rictus Cia
Último Ato
Último Ato, escrito e dirigido por Roberto Rodrigues (Grupo Milongas) é um espetáculo itinerante concebido para espaços alternativos, onde o público se coloca dentro da cena. Sua história gira em torno do confronto entre o povo, liderado pelo guerrilheiro Zé, e poder do "Excelentíssimo" governante do país.
criação: Roberto Rodrigues
interpretação: Adília Barros, Bruno França, Jennifer Gerschenson, João Manoel, Julia Medina, Marcella Monteiro, Maria Azevedo e Rafael Côbo
criação: Roberto Rodrigues
interpretação: Adília Barros, Bruno França, Jennifer Gerschenson, João Manoel, Julia Medina, Marcella Monteiro, Maria Azevedo e Rafael Côbo